Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) desistiram de concorrer à presidência do Senado. Os anúncios foram feitos durante a sessão de discursos neste sábado (1º), antes da votação para escolher o próximo comandante da Casa.
Marcos Do Val alegou que é vítima de “censura”, em referência à decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de bloquear suas redes sociais. Segundo ele, isso teria inviabilizado a sua capacidade de ganhar apoio na corrida pela presidência da Casa.
O senador usou todo o seu tempo de candidato, 15 minutos, para discursar. Até encerrou afirmando que preferia ser um “lutador solitário a um covarde no meio da multidão”. No entanto, logo na sequência retornou à tribuna e anunciou a sua desistência.
“Quero oficializar aqui a minha retirada da candidatura, porque fui prejudicado por questões da censura. Só tive ontem [para divulgar a campanha], que a imprensa descobriu que eu existia como candidato. Não fui de forma democrática candidato. Estou retirando porque ficou inviável a possibilidade de uma eleição”, disse.
Antes do início, o parlamentar era enfático ao declarar que não iria desistir, argumentando que ele era o único candidato a senador censurado na história.
Soraya Thronicke também descartava antes da sessão a desistência, afirmando que era preciso marcar posição e mudar o quadro de representatividade de gênero na Casa legislativa.
A senadora terminou sua fala entregando ao futuro presidente da Casa as suas propostas e as propostas da bancada feminina do Senado, para que sejam colocadas em prática.
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o grande favorito para voltar à presidência do Senado, tendo articulado uma grande aliança de apoio, que vai desde a bancada do governo Lula (PT) à oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de Alcolumbre, haviam registrado as candidaturas Senador Marcos Ponte (PL-SP), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE)
Durante o seu discurso, Marcos Pontes afirmou que iria manter a sua candidatura, apesar do pedido do líder do seu partido, Carlos Portinho (PL-RJ) para que desistisse. O partido busca a unidade, após ter sofrido na última eleição, quando manteve sua candidatura até fim e acabou fora das negociações para a Mesa Diretora.
“O destino não sorri para os que desistem”, afirmou o senador.
O candidato minimizou desgaste na relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tinha pedido para que nenhum senador lançasse seu nome. Marcos Pontes afirmou que nenhuma amizade se dá sem divergência e se disse “eternamente grato” ao ex-mandatário.
“Amigos de verdade não concordam em tudo. Mas amigos de verdade sempre querem o bem um para o outro”, afirmou.
Eduardo Girão apresentou uma questão de ordem para que a votação fosse aberta. Ele disse antes da sessão que essa era a única possibilidade de Davi Alcolumbre não ser eleito.
O senador, que foi presidente do Fortaleza, quando o time vivia um momento ruim e depois ascendeu para a primeira divisão. “É isso que quero fazer com o Senado, que saia da terceira divisão e vá para a elite das instituições do país”, afirmou.
O candidato prometeu colocar em discussão e em votação o fim do foro privilegiado e a prisão em segunda instância.
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