O Conselho Federal de Medicina foi criado em 1951 para “fiscalizar e normatizar a prática médica no Brasil”.
Noves fora algumas organizações sociais dirigidas por médicos ao estilo das milícias, proliferam bibocas oferecendo tratamentos milagrosos e convênios municipais para mutirões como os de catarata, que acabam cegando as vítimas.
Na semana passada, um hospital de São Paulo foi apanhado usando furadeiras de pedreiro para perfurações ósseas em pacientes.
Um simples Conselho Federal não poderia ser bedel de 576 mil médicos. Daí a gastar energia processando uma médica e professora universitária por opiniões emitidas numa entrevista vai enorme distância.
Desde agosto do ano passado o CFM processa a professora Ligia Bahia, da UFRJ, porque, entre outras coisas, criticou confraternizações de hierarcas do conselho com o presidente Jair Bolsonaro durante a epidemia da Covid.
A relação de Bolsonaro com a medicina foi excêntrica. A forma como ele obteve seu atestado de vacina tornou-se questão policial e a papelada do caso está na Procuradoria-Geral da República.
Numa etapa preliminar e acessória, a iniciativa do CFM foi barrada pelo juízo com um simples argumento: “As manifestações da ré Lígia Bahia em sua entrevista devem ser compreendidas como abarcadas pela liberdade de expressão e de crítica política, ainda que contundentes. Com efeito, o que se ventilou na mencionada entrevista também foi alvo de críticas à atuação do CFM em outros veículos de imprensa”.
O Conselho Federal de Medicina pode não ter percebido, mas teria mais o que fazer.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.