O resultado ruim do Datafolha já era esperado por governistas por causa das crises recentes que desgastaram o Planalto, mas a avaliação é de que é possível recuperar a aprovação com medidas voltadas para o eleitor de Lula (PT).
Em dois meses, a aprovação do petista caiu de 35% para 24%, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%. O recorte tem impacto da crise do Pix, com a divulgação da medida da Receita Federal que ampliaria a fiscalização sobre transações feitas com o sistema de transferência de dinheiro.
Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) reconhece que os números são ruins, mas afirma que é possível reverter esse cenário. “Teve o efeito do Pix, do aumento do preço dos alimentos. Mas o Lula já voltou a viajar. Com a vontade que ele está, até o final do ano o governo vira o jogo”, afirma o deputado federal.
Ele cita algumas pautas “da vida do povo”, como o anúncio feito pela ministra Nísia Trindade (Saúde) de que todos os medicamentos do programa Farmácia Popular que ainda eram pagos poderão ser retirados de graça. Na quinta-feira (13), Lula afirmou que o governo está concluindo um projeto de lei que visa oferecer gás de cozinha gratuito para 22 milhões de famílias.
Para Lindbergh, é possível melhorar a aprovação reconquistando o eleitor do próprio Lula —o Datafolha mostrou uma queda de 20 pontos percentuais entre quem votou no petista nas últimas eleições, contra 11 pontos na média geral.
“Estou convencido de que é um público mais fácil, pois são eleitores do Lula. Principalmente se o governo ficar na pauta do povo, com discurso do gás, Farmácia Popular, isenção de Imposto de Renda. Tem que falar da vida do povo e não perder tempo com outros debates.”
O deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do PT, diz que a avaliação do governo Lula chegou ao” fundo do poço”, mas que a situação não é desesperadora.
“Chegou nesse ponto em função de tudo que aconteceu neste período mais recente. Tem que reagir, e reagir rápido”, afirma.
Segundo ele, há sinais animadores de uma mudança de postura por parte da gestão federal. “O governo vai fazer mudanças no ministério, terá uma postura mais propositiva e já podemos ver mudanças na comunicação”, afirma.
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