O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou a imprensa na noite desta terça-feira (18), momentos após a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pela trama golpista.
Lula ofereceu uma recepção oficial no Palácio do Itamaraty ao presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Ao se despedir do visitante, o mandatário brasileiro chegou a ser questionado à distância sobre a denúncia contra seu rival político, mas apenas cumprimentou jornalistas e voltou para o interior do palácio.
As cerimônias no Itamaraty costumam ser marcadas por falas mais frequentes do presidente, uma vez que ele passa perto da área destinada à imprensa.
Interlocutores apontam que a orientação dentro do governo é para que ministros e o próprio Lula evitem se manifestar sobre a denúncia contra Jair Bolsonaro. O argumento é que se trata de um processo judicial e que o atual governo tem pouco a ganhar, entrando em polêmica.
Em meio à queda na popularidade, o governo então deveria focar nas medidas e políticas públicas para reverter o quadro, segundo apontou um integrante do governo.
Além de Lula, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) também participou de um evento aberto, mas não respondeu aos questionamentos de jornalistas sobre a denúncia.
Lula foi informado sobre a denúncia da PGR justamente quando estava na recepção oficial no Palácio do Itamaraty. O ministro José Mucio (Defesa) se dirigiu à mesa em que estavam os chefes de Estado e conversou com Lula. Informou ao mandatário quantos militares estão denunciados, ao que o presidente pediu a relação de todos os nomes.
Na sequência, o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, também foi à mesa do presidente e mostrou a Lula uma notícia sobre a denúncia no celular. O ministro deixou o jantar em seguida.
Momentos mais cedo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o ex–presidente Jair Bolsonaro sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022, para impedir a posse do petista.
Bolsonaro foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa. Somadas, as penas máximas chegam a 43 anos de prisão, sem contar os agravantes.
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