Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sempre nutriu o diálogo de desconfiança em torno das urnas eletrônicas.
O ex-ajudante de ordem da Presidência também detalhou como Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente e vereador no Rio de Janeiro, e e gerenciava um intitulado “gabinete do ódio”, instalado no terceiro piso do Palácio do Planalto, para disseminar notícias contras as urnas.
Questionado sobre a atuação deste grupo, Cid respondeu que o foco era o de promover ataques ao sistema eletrônico de votação.
“A desconfiança nas urnas eletrônicas, no sistema eleitoral, sempre foi uma pauta do ex-presidente”, disse Cid. “Ele sempre quis que tivesse urna impressora ali ao lado para imprimir.”
Segundo Cid, o gabinete contava com a presença de “três garotos”, todos assessores de Bolsonaro, nomeados no início do governo, em janeiro de 2019, e subordinados ao vereador Carlos Bolsonaro.
Às vezes, disse Cid, os assessores lotados no tal gabinete “até brigavam com o ex-presidente” ao discordarem de alguma postagem.
“Eles que ficavam fazendo o acompanhamento das mídias sociais, ligados com o Carlos Bolsonaro”, diz Cid. “Era o Carlos quem ditava o que eles teriam que colocar.”
Ainda segundo Cid, o grupo recorria a influenciadores ligados a Bolsonaro para dar publicidade às postagens do gabinete.
“Eles sentiam a temperatura das redes sociais e tentavam colocar matérias que davam engajamento, de alguma forma, dentro do grupo, e tinham contatos com pessoas, com influenciadores que replicavam as postagens”, afirmou Cid. “
“Às vezes eles não encaminhavam as notícias [postadas nas redes do presidente], mas sim ideias. Eles tinham uma sensibilidade grande de saber o que dava o engajamento e o que não dava”, prosseguiu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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