Centrais sindicais divulgaram nesta terça-feira (4) uma nota na qual cobram o fortalecimento da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos como forma de apoiar famílias que não puderam enterrar parentes assassinados durante a ditadura militar.
A nota é assinada por presidentes e dirigentes de dez centrais sindicais: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Pública e Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora.
Na mensagem, as entidades afirmam que o sucesso de “Ainda Estou Aqui”, livro de Marcelo Rubens Paiva que conta a história de Eunice Paiva, mulher do deputado cassado Rubens Paiva, abriu debate importante sobre os mortos e desaparecidos da ditadura.
“Nós das centrais sindicais apoiamos a luta das famílias penalizadas por não poderem viver o luto por seus entes mortos de forma cruel e injusta”, escrevem. Os sindicatos lembram que o tema é uma ferida aberta “inclusive, para a família Paiva, que batalha para encontrar os restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura em 1971.”
Além disso, citam entrevista à Folha de Vera Paiva, filha mais velha de Eunice e Rubens Paiva, na qual ela afirma que a família continua a luta travada pela mãe pelos mortos e desaparecidos durante a ditadura.
“Consideramos fundamental que o governo abrace esta causa e se empenhe em fortalecer a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos”, afirmam. “Precisamos resolver essa dívida histórica com as famílias dos mortos e desaparecidos durante os 21 anos da ditadura militar. Os responsáveis pelos crimes da ditadura precisam ser punidos, respondendo, assim por seus atos.”
A comissão foi recriada pelo governo Lula (PT) no ano passado, após cobranças de familiares de vítimas da ditadura. Criada no governo Fernando Henrique Cardoso como forma de reconhecer vítimas do regime, localizar corpos desaparecidos e indenizar suas famílias, a comissão foi extinta no final de 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defensor do regime militar.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.