Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde deste domingo (16) em ato esvaziado na avenida Paulista, em São Paulo.
Sem a presença de políticos ou figuras públicas de peso, os manifestantes ocuparam menos de um quarteirão da via e ficaram concentrados em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), onde foi instalado um boneco inflável com a figura do presidente Lula com roupa de presidiário.
Estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em parceria com a ONG More in Common apontou 1,400 pessoas no ato. A medição foi realizada por meio fotos aéreas tiradas por drones e sistemas de inteligência artificial (IA).
Um casal que chegou por volta das 15h30 estranhou a baixa adesão. “Acho que chegamos no final”, comentou a mulher. Outro bolsonarista ouviu o comentário e justificou: “Está todo mundo no Rio de Janeiro, não houve acordo se era para ter ato aqui hoje ou não”, disse, referindo-se aos grupos de mensagens que enviam as convocações.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e deputados estaduais como o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), André do Prado (PL), estavam no ato realizado no Rio de Janeiro pela manhã, com a presença de Bolsonaro.
Assim como na manifestação em Copacabana, os apoiadores da Paulista pediam a anistia dos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Cartazes e camisetas também estampavam frases contra o presidente Lula e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Sem carro de som, os manifestantes usaram um megafone para cantar o hino nacional, rezar e pedir a anistia. Os coros, no entanto, concorriam com o volume mais alto de uma banda de rock que se apresentava na esquina da rua Peixoto Gomide, reunindo um grupo de pessoas alheio ao protesto.
O perdão aos condenados pelos atos antidemocráticos tem como objetivo final criar clima político para reverter, no futuro, a inelegibilidade do próprio Bolsonaro.
Jair Bolsonaro (PL) está inelegível até 2030 em razão de duas condenações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ex-presidente insiste em se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026, apostando em uma reversão jurídica de seus processos, ainda que sem qualquer perspectiva de mudança.
Em meio a camisetas verde e amarelo, um ambulante também vendia peças vermelhas com o símbolo do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) com texto alterado para “Movimento dos Trabalhadores sem Picanha”, em referência ao preço da carne.
Outro ambulante vendia camisetas com os dizeres: “O arroz tá caro, o café tá caro, manda o Lula pra cadeia e traz de volta o Bolsonaro.”
O valor dos alimentos também foi usado por Tarcísio para atacar Lula em seu discurso no Rio. “Ninguém aguenta mais arroz caro, gasolina cara, o ovo caro. Prometeram picanha e não tem nem ovo. E, se está tudo caro, volta Bolsonaro”, disse o governador.