O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) propôs um projeto de lei para penalizar empresas que financiem tentativas de golpe de estado, como os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.
O texto, protocolado na Câmara nesta terça-feira (4), estabelece que empresas que apoiem ou financiem tentativas de golpe de estado ficarão proibidas de participar de licitações e de celebrar contratos com a Administração Pública por um período de até 20 anos.
“O Veio da Havan é um exemplo didático e cristalino desse perfil que queremos combater, e daí o nome do projeto”, diz Boulos, em alusão ao empresário Luciano Hang.
O psolista disse, ainda, que trata-se de uma medida para combater o “golpismo bolsonarista”.
“O Veio da Havan foi citado na delação de Mauro Cid como um dos empresários que pediram para Bolsonaro “virar a mesa”. Suas lojas também foram pontos de concentração de golpistas. Isso é inaceitável”, afirmou o deputado, em nota.
Na delação, Cid contou que Hang participou de um grupo de empresários favoráveis a impedir a posse de Lula. A reunião teria acontecido em 7 de novembro de 2022, uma semana após a vitória de Lula no segundo turno.
O ex-braço direito de Bolsonaro afirmou que Hang e outro empresário pediram que o ex-presidente exigisse do Ministério da Defesa um relatório “mais maduro” sobre as supostas existências de fraudes nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral para que pudessem “virar o jogo”.
Em fevereiro do ano passado, os advogados de Hang negaram o teor da delação. Segundo eles disseram à Folha na ocasião, o empresário “jamais sugeriu ou pediu a quem quer que fosse a adoção de medida destinada a atentar contra o ordenamento jurídico e as instituições democráticas”.
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