A defesa do general Walter Braga Netto, um dos 34 denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por tentativa de golpe nesta terça-feira (18), classificou a manifestação de “fantasiosa” e afirmou que ele tem tido sucessivos direitos violados.
Advogados afirmam que o ex-ministro, candidato derrotado a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), está preso há mais de dois meses, não teve amplo acesso aos autos e foi “sumariamente ignorado pela PF e pelo MPF” ao pedir para prestar esclarecimentos.
“A fantasiosa denúncia apresentada contra o general Braga Netto não apaga a sua história ilibada de mais de 40 anos de serviços ao exército brasileiro”, assinam os advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua.
“É inadmissível numa democracia, no Estado Democrático de Direito, tantas violações ao direito de defesa serem feitas de maneira escancarada. A imprensa não pode ser omissa em noticiar essas ilegalidades. A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa malfadada investigação nos trilhos.”
Filho mais velho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi outro a criticar a peça de acusação apresentada nesta terça-feira. Disse que a denúncia assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet “não tem absolutamente nenhuma prova contra Bolsonaro”.
“Mesmo depois de Alexandre de Moraes ter esculachado o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos e torturado Mauro Cid para ‘delatar’ o que não existiu, o PGR se rebaixa. Cumpre sua missão inconstitucional e imoral de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de lula, que está nos seus últimos meses de presidência.”
A defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Marcelo Câmara disse que “denúncia não é sentença condenatória” e que as quase 300 páginas apresentadas pela PGR são “lastreadas em uma investigação confusa e com foco político”.
“As quase 300 páginas lastreadas em uma investigação confusa e com foco político não abalam e nos fazem seguir seguros de que todos os fatos serão esclarecidos para que, ao final, a verdade seja reestabelecida e a absolvição prevaleça no Plenário do Supremo Tribunal Federal”, diz o advogado Eduardo Kuntz.