A provável nomeação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria Geral da Presidência da República deve mudar o “centro de gravidade” do Palácio do Planalto, segundo avaliação no núcleo do governo Lula.
Um dos principais quadros do partido e com linha direta com o presidente, ela tende a elevar o perfil político da pasta, que hoje se dedica basicamente à relação com movimentos sociais.
Uma incógnita, segundo assessores palacianos, é o tom que Gleisi adotará como membro do governo. Na presidência do PT, a deputada não economizou na assertividade, criticando até aliados, como os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e o das Relações Institucionais, Alexandre Padilha —que, se for mantido no cargo na reforma, será seu colega de prédio.
Internamente, Gleisi sempre justificou a postura pela necessidade de manter o PT como um polo de esquerda num governo que tem partidos de centro e até de direita.
A expectativa agora é que ela atue mais na articulação política e reduza os embates públicos, mas ninguém aposta com segurança de que isso realmente ocorrerá. Há o receio de que se torne um contraponto a Haddad ou ao ministro Rui Costa (Casa Civil).
Segundo um membro do governo, a resistência a Gleisi é hoje um dos poucos pontos em comum entre Haddad e Costa —talvez o único.
Ambos já travaram disputas nos bastidores em torno de temas econômicos, como a reoneração dos combustíveis e a necessidade de ajuste fiscal mais intenso para cumprir meta de déficit zero.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.