A disputa entre aliados da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e da ex-senadora Heloísa Helena pelo comando da Rede Sustentabilidade pode ganhar um complicador com a entrada do grupo do deputado federal Túlio Gadêlha (PE) na briga pelo cargo de porta-voz nacional (equivalente a presidente) do partido.
A eleição ocorrerá em congresso da legenda entre 11 e 13 de abril, em Brasília.
A possibilidade de Túlio disputar depende de conferências estaduais que ocorrerão neste fim de semana. O grupo do deputado avalia construir uma “tese mais conectada com os jovens e com a preocupação com a crise climática no mundo”.
O partido vive uma crise interna há anos entre os grupos liderados pelas ex-aliadas Marina e Heloisa, com trocas de acusações e guerra de ações judiciais pela ocupação de espaços e distribuição de recursos financeiros.
Túlio se aliou a Marina nas últimas eleições internas e contou com o apoio da ministra ao se lançar pré-candidato à prefeitura do Recife. No entanto, sem apoio de Heloísa e devido à federação com o PSOL, o deputado acabou não disputando o cargo.
Segundo aliados da ministra, não houve ruptura entre ambos e o deputado vai participar virtualmente, neste sábado (8), do lançamento da chapa de Giovanni Mockus e Iaraci Dias para porta-vozes da legenda, em evento em Salvador. Ambos são apoiados por Marina.
Pelas contas de apoiadores de Heloísa, as conferências, até agora, mostrariam ampla vantagem de seus aliados, com um placar de dois terços dos delegados favoráveis à ex-senadora alagoana.
No entanto, o grupo de Marina contesta esse número e diz ter entrado com processos judiciais em alguns estados, como a Paraíba, apontando fraudes que teriam ocorrido nas conferências municipais. Na conta deles, uma proporção de 52% a 48% seria mais próxima da realidade.
Eles afirmam que um indicativo de que a chapa apoiada por Heloísa ainda está frágil é a ausência da candidatura feminina a porta-voz —apenas o nome do ex-vice-prefeito de Belo Horizonte Paulo Lamac veio a público até agora.
O estatuto da Rede determina que é preciso haver balanço de gênero na composição geral da Comissão Nacional Provisória, “sendo preferencialmente em cada função.”
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