Parlamentar mais novo a assumir a presidência da Câmara dos Deputados, aos 35 anos, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi eleito no último sábado (1º) com uma votação massiva de 444 votos e tem uma base que vai do PT de Lula ao PL de Bolsonaro.
Apesar de receber a chancela de quase todos os partidos, ele assume a principal cadeira da Casa sem deixar claro, nem para os próprios parlamentares, as suas prioridades e os grandes temas que deverá destacar nos próximos dois anos de presidência da Casa.
Descrito como um político de perfil conciliador, sereno e habilidoso, o deputado tem forte atuação nos bastidores. Sua campanha se resumiu, sobretudo, a encontros reservados e negociações políticas para a divisão dos espaços internos, evitando compromissos acerca de propostas consideradas polêmica, como projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e a regulação das redes sociais.
Hugo não deve ter uma linha de condução nem estritamente governista nem abertamente oposicionista. Mas o Palácio do Planalto espera uma melhora na relação do Executivo com a Câmara, com diálogo mais respeitoso do que no mandato do antecessor Arthur Lira (PP-AL), com quem os articuladores do governo tiveram atritos.
Essa previsão, dizem deputados governistas, pode ser especialmente importante para que haja empenho da Câmara na aprovação de pautas de interesse na área econômica. Além disso, Hugo se comprometeu com a bancada do PT a reestabelecer o rito de tramitação das medidas provisórias.
Ao mesmo tempo, há incertezas sobre o cumprimento dos compromissos firmados entre o novo presidente e o governo, o que levanta a questão: Lula vai ganhar ou perder com Hugo Motta na presidência da Casa?
Para discutir o papel do novo presidente da Câmara dos Deputados no auxílio ou oposição ao governo Lula, a jornalista Fernanda Mena recebe no Como É que É? desta quarta-feira (5) a repórter Victoria Azevedo, que acompanhou de perto a campanha de Motta bem como as expectativas do Executivo em relação ao parlamentar paraibano que entrou na Casa aos 21 anos, mas de quem pouco se ouviu falar desde então.
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