O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro festejou freneticamente a eleição de Donald Trump. Sua mulher e um de seus filhos foram às festas periféricas da posse, e o governador Tarcísio de Freitas enfeitou-se com o boné trumpista.
Registre-se que esse tipo de servidão voluntária é coisa nunca vista na história de Pindorama. Nenhuma relação de presidente brasileiro com americano foi tão estreita quanto a de Emílio Médici com Richard Nixon. Em 1971, quando o general visitou-o na Casa Branca, ele festejou: “Para onde for o Brasil, irá o continente latino-americano.” Bingo. Anos depois, Chile, Uruguai e Argentina eram ditaduras militares.
Os palacianos exultaram, mas o embaixador Mário Gibson Barboza, chanceler de Médici, não achou a menor graça e comentaria: “Foi um verdadeiro beijo da morte.”
Os trumpistas nacionais beijaram a morte a troco de nada. Cada brasileiro que venha a perder seu emprego por causa das tarifas protecionistas de Trump haverá de se lembrar do frenesi nativo.
Sábio foi o petista que teve a ideia do boné: “O Brasil é dos brasileiros.”
Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota, desempregado crônico (porque tem horror ao trabalho) e soube que o governo quer investigar a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976.
O cretino vai a Brasília para pleitear um lugar (remunerado) na equipe que fará a investigação. Como JK morreu há 48 anos, Eremildo propõe que o contrato da equipe tenha pelo menos dez anos de duração.
JK viajava pela Dutra no banco de trás de um Opala. Seu carro bateu num ônibus que viajava no mesmo sentido, desgovernou-se, atravessou a pista e chocou-se com uma carreta que vinha em sentido contrário.
Geraldo Ribeiro, o motorista de JK, o acompanhava há anos, morreu com ele e com ele foi velado no saguão da falecida revista Manchete, no Rio.
O enterro de JK, com seu caixão levado pelo povo ao aeroporto do centro do Rio e seu enterro em Brasília, foi a primeira grande manifestação popular desde a grande passeata de 1968.
O povo cantava a modinha predileta daquele homem que sabia sorrir:
Como pode um peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver
Sem a tua companhia?
A denúncia de Gonet
O procurador-geral Paulo Gonet está fechado em copas sobre a sua denúncia do ex-presidente Bolsonaro e suas turmas.
Primeiro correu que ele empacotaria a tentativa de golpe, a mutreta das joias sauditas e a falsificação de atestados de vacina contra a Covid. Seria uma mistura de bacalhoada com churrasco e feijoada.
Agora, fala-se em denúncia fatiada. Resta saber como tramitará.
Ficará mais fácil se ela seguir o caminho mais simples: três delitos, três denúncias e três processos.
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