No depoimento que tomou de Mauro Cid em novembro de 2024, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que aquela era a “última chance” de o ex-assessor de Jair Bolsonaro de contar a verdade sobre o que sabia da trama golpista. “Eu quero fatos”, afirmou.
A retirada do sigilo da colaboração premiada de Cid mostra que o tenente-coronel mudou de forma relevante na audiência a sua versão sobre alguns episódios após o ministro do STF ameaçar decretar a sua prisão, revogar a colaboração e seguir investigações que atingiriam seus familiares.
“Eu quero fatos. Por isso que eu marquei essa audiência. Eu diria que é a última chance de colaborador dizer a verdade sobre tudo”, disse Moraes antes de Cid começar a falar.
“Antes de passar a palavra ao colaborador, eu quero que ele diga o que sabe, mas especificamente em
relação ao presidente da República, ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro, às lideranças militares citadas, general Braga Netto, general Heleno, general Paulo Sérgio, general Ramos e eventuais outros que ele tiver conhecimento. Quero que ele diga qual a particiáção dessas pessoas na operação conhecida como como Punhal Verde Amarelo.”
A operação citada por Moraes listava assassinatos de autoridades, entre elas o próprio ministro, além de Lula (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Nessa audiência, o tenente-coronel afirmou que uma reunião ocorrida em novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Netto —que foi candidato a vice na tentativa de reeleição de Bolsonaro— tinha o objetivo de promover “caos social” para justificar intervenção das Forças Armadas para manter o presidente no poder.
Antes, o tenente-coronel dizia que a reunião era um mero encontro de militares que queriam tirar foto com Bolsonaro e Braga Netto.
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